2024 deverá ser o ano mais quente já registrado, segundo a OMM

(Foto: José Fernando Ogura/ANPr)

O ano de 2024 deve ser o mais quente já registrado, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Nos últimos meses, a temperatura média global foi excepcionalmente alta, o que deve fazer esse ano superar o de 2023, até então o mais quente da história, pontua a agência.

O relatório “Atualização do Estado do Clima 2024” da OMM foi divulgado nesta segunda-feira (11), no primeiro dia da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP29, que acontece na cidade de Baku, no Azerbaijão.

O documento emite um “alerta vermelho” devido ao ritmo acelerado das mudanças climáticas, por conta dos níveis cada vez maiores de gases de efeito estufa na atmosfera.

A última década, de 2015 até 2024, é a mais quente já registrada, segundo o relatório. Assim, derretimento das geleiras, a elevação do nível do mar e o aquecimento dos oceanos aceleram, alerta a OMM.

“A catástrofe climática está martelando a saúde, ampliando as desigualdades, prejudicando o desenvolvimento sustentável e abalando as fundações da paz. Os vulneráveis ​​são os mais atingidos”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A temperatura média global do ar na superfície de janeiro a setembro de 2024 foi de 1,54 °C acima da média pré-industrial (com uma margem de erro de 0,13 °C, para mais ou menos), de acordo com uma análise de seis conjuntos de dados internacionais usados ​​pela Organização Meteorológica Mundial.

Ela foi impulsionada pelo fenômeno El Niño — aquecimento das temperaturas da superfície dos oceanos no Pacífico oriental e central –, explica o comunicado.

“Como o aquecimento mensal e anual ultrapassa temporariamente 1,5 °C, é importante enfatizar que isso não significa que falhamos em cumprir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura média global da superfície a longo prazo bem abaixo de 2 °C acima dos níveis pré-industriais e prosseguir com os esforços para limitar o aquecimento a 1,5 °C”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.

Ela ponderou que “anomalias registradas de temperatura global” em dias, meses e naos são propensas a grandes variações, em parte por causa de fenômenos naturais como El Niño e La Niña, e que não devem ser equiparadas à meta de temperatura de longo prazo definida no Acordo de Paris, que se refere aos níveis de temperatura global sustentados como uma média ao longo de décadas.

Ainda assim, a secretária-geral destacou que “é essencial reconhecer que cada fração de grau de aquecimento importa. Seja em um nível abaixo ou acima de 1,5 °C de aquecimento, cada incremento adicional de aquecimento global aumenta os extremos climáticos, impactos e riscos”.

A secretária também lembrou dos fenômenos naturais que são intensificados com as mudanças climáticas, como fortes chuvas, seca e incêndios florestais.

“Precisamos urgentemente reduzir as emissões de gases de efeito estufa e fortalecer nosso monitoramento e compreensão das mudanças climáticas. Precisamos intensificar o apoio à adaptação às mudanças climáticas por meio de serviços de informação climática e Alertas Antecipados para Todos”, disse Celeste.