Grávida, dentista assassinada pelo irmão por causa de herança havia feito tratamento para engravidar, diz polícia

A dentista Isabel Cristina Fernandes Martins, 34 anos, estava grávida quando foi assassinada pelo irmão em uma briga por herança em Gravatal, no Sul de Santa Catarina. A gestação, segundo a Polícia Civil, um desejo dela e do marido de anos, ocorreu após uma série de tentativas e com ajuda de uma clínica de tratamento em Florianópolis.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o marido da vítima entregou à polícia o resultado de um exame de sangue que comprovava a gravidez dela. Um perito médico legista recolheu o útero da vítima para realizar mais análises.

O tempo de gestação não foi informado, mas se confirmado que o autor sabia da gravidez, além do homicídio, ele também poderá responder por aborto, conforme o delegado Willian Meotti, responsável pela investigação.

Gravidez recente
Uma amiga da vítima disse ao g1 que Isabel havia descoberto que estava grávida na última semana. Conforme a Polícia Civil, ela provavelmente contaria a novidade para a mãe no dia em que foi morta, na última quinta-feira (26).

A vítima morava em Tubarão, e estava visitando a mãe em Gravatal, cidade a cerca de 20 quilômetros, quando foi morta a facadas. O suspeito morava na mesma casa que a mãe deles e foi preso temporariamente cerca de 30 horas depois do crime.

Motivação
A Polícia Civil acredita que Isabel foi morta por causa de desavenças por herança. O pai deles morreu em 2016 e, desde então, um processo relacionado ao inventário corre no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

O g1 teve acesso a documentos do processo, na qual a dentista foi nomeada como inventariante – responsável por administrar a herança – em 2018. Antes disso, no entanto, o irmão apontado pelo homicídio dela e a mãe foram titulares da atividade. Além deles, outro irmão consta como herdeiro.

Segundo o processo, o pai morreu em 7 de julho de 2016, deixando bens como cabeças de gado, alguns terrenos, um imóvel e dois veículos, sendo uma Montana e um Palio, ambos fabricados em 2014. O documento também cita dois financiamentos em nome do autor da herança.

Segundo a Polícia Civil, os irmãos brigavam há anos por causa da herança e havia vários registros policiais de desavenças por causa dessa discussão. A movimentação do processo mostra que não havia consenso entre as partes envolvidas.

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